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1960

Os jovens sempre foram rebeldes. Mas a rebelião dos anos 60 começava com mais substância e energia renovadora que provocava alarde. A mídia, com suas revistas, TV e fotos coloridas descobre os novos comportamentos e os divulga ao ponto destes influenciarem a vida, usos, costumes e moda dos adultos. Tudo parecia possível e o espírito de aventura se impunha. Além do que, o mundo passava por uma época de progresso econômico. A elitista Alta-Costura parisiense dava sinais de enfraquecimento. Seus modelos eram facilmente copiados pelas indústrias de confecção que as massificava. Mas esta solução, o estilo “chic” massificado pela cópia, já não satisfazia os novos consumidores, nem mais se adaptava a nova mentalidade. Muito naturalmente então, uma nova geração de estilistas (e não mais costureiros) aparece criando uma moda de rua e para a rua. A nova raça de estilistas criadores da moda “boutique” era influenciada pela moda usada nas ruas de Londres.

Em Londres, Mary Quant democratizou a mini-saia oferecendo em suas lojas uma moda engraçada e inovadora. O sucesso foi imediato e devastador. Em 1962 o look desestruturado e curto de Quant detonou um fenômeno nunca antes observado: Influenciou a Alta-Costura.

Esta moda de inspiração jovem veio ao encontro de um interesse da sociedade da época pela ciência e tecnologia, pelas viagens espaciais, e o fascínio pelos novos materiais sintéticos. O plástico, o vinyl e o metal, antes restrito ao uso industrial foram tratados como materiais nobres nas criações de Alta Costura por Courrèges, Paco Rabanne e Cardin. O espírito “tecnológico” dominaria em toda a primeira metade da década de 60.

No final da década as esperanças globais se frustraram e as desilusões chegaram. Era o começo do recesso mundial. Cresce um movimento que se afastou do futurismo e do modernismo pra voltar-se para o passado e culturas do oriente.

A contestação, as viagens, o romantismo de outros lugares e todos os folclores servem pra revitalizar a estética do cotidiano.

Assim surgia os hippies, que rejeitavam o estilo de vida de seus pais. Buscavam uma vida simples, perto da natureza, sob o lema “Paz e Amor”, aceleram a tendência para a introspecção de uma era que estava a procura de uma sociedade “alternativa”. Usavam roupas de países e períodos diferentes e cabelos longos.

As criações futuristas e excêntricas, na verdade foram usadas por um público limitado. Muitos jovens adotaram roupas étnicas como túnicas indianas e casacos do Afeganistão de pele de carneiro.

Os estilos dos trajes dos anos 60 trouxeram maior liberdade de movimento às mulheres. As roupas eram menos acinturadas, mais soltas e retas.

As mulheres adotam roupas de estilo masculino. E os homens? Os fabricantes compreenderam que tinham que oferecer outras alternativas além da calça, paletó, camisa e gravata. Os jovens passam a usar lenço no pescoço ou camisa de gola roulé.

No meio da década de 60, a moda assumiu três direções. No primeiro o estilo era simples, adulto, mas juvenil (linhas sóbrias com bijus arrojadas). A segunda tinha um aspecto mais inocente, era o baby doll, onde usava-se saias curtas, rendas e franzidos, olhos com cílios postiços, lábios pálidos e face rosada. Os sapatos eram estilo boneca, usado com meias claras rendadas. O terceiro grupo era excêntrico, porém centralizado política e culturalmente. Seu estilo era influenciado pela Op Art (circulo, espirais, dispostos a criar ilusão óptica) e pelo Pop Art (arte que usava objetos de consumo ou figuras famosas), usava-se estampas geométricas e psicodélicas (cores vivas).

Em 1968, imperava os brechós, com roupas usadas, uniformes militares e trajes típicos de outros países como Índia e México.

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